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Como a pandemia mudou os hábitos de consumo digital

A pandemia da Covid-19 foi a principal responsável por algumas mudanças de hábitos recentes, do cotidiano ao digital. O home-office é um dos maiores exemplos. Há anos se discutia a possibilidade de migração gradual do escritório para casa.

Algumas empresas já permitiam o trabalho remoto para poucos funcionários durante um ou dois dias por semana. Estimava-se que ainda demoraria anos para termos todos os funcionários trabalhando em suas respectivas residências.

Porém, com a crise do coronavírus, esses anos viraram pó. Em março de 2020 a solução para conter a propagação do vírus foi mandar os funcionários para casa e reorganizar as rotinas através de aplicativos como o Zoom. O resultado foi considerado positivo por muitas empresas, que agora já cogitam manter seus funcionários em home-office para sempre.

Outra área que viu mudanças agudas acontecerem foi a de entregas. Durante a pandemia as compras online deram um salto, já que a maioria das pessoas não podia sair de casa. Com isso, tanto os tradicionais pedidos de comida quanto outros como roupas, eletrodomésticos e itens diversos também experimentaram mudanças grandes.

Um setor, porém, mereceu uma análise um pouco mais apurada por parte da consultoria Nielsen. Com tantas pessoas em casa, o consumo de filmes, séries e programas de TV certamente aumentou. Por isso, a Nielsen analisou os hábitos e as tendências de consumo digital no período da pandemia. E agora vamos falar sobre as descobertas mais interessantes desse estudo.

Hábitos de consumo digital

A pesquisa foi feita no mês de junho de 2020, com 1.260 entrevistados de todas as regiões do Brasil e tratou de temas como: relação com dispositivos, acesso à internet, preferências e hábitos de mídia, atividades realizadas durante o dia e TV pela internet e vídeos sob demanda.

Um dado que não chega a ser uma surpresa mostra que 97,6% dos brasileiros acessam a internet pelo menos uma vez por dia. E o meio mais utilizado para isso é o smartphone, seguido por notebook, computador de mesa, smart TV e tablet.

Assistir filmes foi uma das atividades que mais tiveram aumento durante o período da pandemia, com crescimento de 74,8%. O uso de redes sociais vem em seguida, com 66,8%.

Compras em ambiente digital

As compras em lojas online aumentaram 46,1%, enquanto os pedidos de comida via delivery cresceram 43,8%. O estudo ainda aponta que o principal horário para compras é entre 9h e 15h.

A Nielsen também perguntou aos entrevistados o que eles mais compraram durante a pandemia. Alimentos e bebidas ocupam as duas primeiras colocações. Na terceira, uma possível surpresa: produtos de limpeza. Eletroeletrônicos aparecem logo depois, seguidos por roupas, sapatos e acessórios. Livros ocuparam a 9ª colocação.

Streaming

43,9% afirmaram que assistem a conteúdo via streaming algumas vezes por semana, enquanto 42,8% o fazem diariamente. Isso significa que o streaming já faz parte fortemente da rotina dos consumidores brasileiros, especialmente os mais jovens, que são a maioria entre os que responderam que fazem uso diário de Netflix e serviços similares.

Smart TVs são os aparelhos favoritos do público para assistir conteúdo via streaming. Os smartphones vêm logo na sequência, à frente de notebooks e computadores de mesa. Tablets e consoles também foram citados, mas ficaram bem distantes dos líderes.

Um dado que chamou a atenção foi o do quanto o conteúdo da TV é visto online. Dentre os que afirmaram assistir entre 3 e 7 horas de conteúdo da TV por semana, 25,6% o fazem via internet, em sites como o Youtube. Na mesma faixa, 22,7% veem TV aberta e 18% assistem à TV paga. Em outras faixas a TV aberta lidera, mas é seguida bem de perto pelos sites de vídeos.

Porém, os sites de vídeos, como Youtube e Vimeo, não são a preferência do público para conteúdo sob demanda. Plataformas de streaming, como Netflix, Globoplay e Amazon Prime Video são as principais formas de consumo de filmes. TV aberta e TV paga ficam atrás de ambos nesse quesito.

Futuro

Apesar de tudo, a pandemia forçou o desenvolvimento de diversos setores, especialmente o digital. E isso acarretará mudanças que continuarão por muitos anos. A tendência é termos cada vez mais gente comprando em lojas online e também consumindo conteúdo sob demanda.

Podemos esperar um público cada vez mais conectado e informado. Mais do que isso, um consumidor que não apenas consome, mas também se interessa mais pelo que está consumindo. As empresas que souberem se comunicar bem com sua base de clientes estarão em vantagem daqui para frente.

E isso é só o começo. Outras grandes mudanças já estão aí e irão transformar cada vez mais as experiências dos consumidores.

 

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